Qual ferramenta de teste escolher: Selenium ou Cypress? Parte 1
À medida que o desenvolvimento de aplicações web se torna cada vez mais complexo nos últimos anos, a necessidade de utilizar ferramenta de teste automatizado para garantir a qualidade e confiabilidade do software também aumenta. E duas ferramentas de teste de front-end amplamente utilizadas pela comunidade de desenvolvimento de software, para automatizar testes em aplicações web, são o Cypress e o Selenium WebDriver.
Embora ambas as ferramentas de teste permitam aos desenvolvedores e testadores executarem testes em diferentes navegadores e plataformas, elas apresentam diferenças significativas em termos de recursos, usabilidade e melhores práticas. Neste artigo, compararemos o Cypress e o Selenium WebDriver, discutindo suas diferenças e semelhanças, e exploraremos em quais cenários cada uma dessas ferramentas de teste é mais adequada. Além disso, destacaremos as melhores práticas para maximizar a eficácia dos testes automatizados em ambas as ferramentas.
Diferenças entre Cypress e Selenium WebDriver
O Cypress e o Selenium WebDriver são duas ferramentas de teste populares para automação de testes de software. Ambas as ferramentas permitem que você escreva scripts de teste para simular a interação do usuário com seu aplicativo, mas existem algumas diferenças importantes entre elas que veremos abaixo.
1) Arquitetura
Uma das principais diferenças entre Cypress e Selenium WebDriver é sua arquitetura. O Cypress executa diretamente no navegador e é uma ferramenta de automação de teste end-to-end (E2E), enquanto o Selenium WebDriver usa um driver específico do navegador para executar os testes e é uma ferramenta de automação de teste baseada em servidor.
2) Execução
No Cypress, quando você utiliza comandos como cy.click, cy.navigate ou cy.type, você não executa esses comandos imediatamente, pois o Cypress os grava para reprodução posterior, o que possibilita otimizar e controlar a execução do teste de forma mais eficiente.
O teste em si não é executado dentro da função it. Em vez disso, os comandos gravados são executados após o encerramento da função it. Isso permite que o Cypress otimize e controle a execução do teste de forma mais eficiente.
A arquitetura do modelo de execução do Selenium baseia-se em cliente-servidor. O Selenium WebDriver atua como o cliente, onde você escreve seu código de teste usando uma biblioteca específica para a linguagem de programação escolhida (por exemplo, Selenium WebDriver para Java, Python, C#, etc.). Esse código de teste interage com o WebDriver, enviando comandos para controlar o navegador.
O WebDriver funciona como o servidor, que recebe os comandos do cliente e os executa no navegador. Por exemplo, quando você utiliza os métodos do WebDriver, como click, navigate e sendKeys, o navegador os executa imediatamente.
3) Velocidade de execução
O Cypress executa diretamente no navegador, o que pode resultar em maior velocidade de execução em comparação com o Selenium WebDriver em algumas situações.
4) API
A API do Cypress é mais simples e fácil de usar do que a API do Selenium WebDriver. O Cypress fornece uma API consistente e intuitiva que permite escrever testes de forma mais rápida e eficiente. O Selenium WebDriver requer mais conhecimento técnico para usar sua API.
5) Debugging
O Cypress facilita o processo de depuração de testes, pois fornece recursos avançados de depuração, como screenshots e gravações de vídeo dos testes em execução. O Selenium WebDriver também suporta screenshots, mas não oferece os mesmos recursos avançados de depuração que o Cypress.
6) Configuração
O Cypress é fácil de configurar e instalar, enquanto o Selenium WebDriver requer mais configuração e instalação de drivers específicos do navegador.
Conclusão
Nesta primeira parte do artigo, exploramos as principais diferenças entre as ferramentas de teste Cypress e Selenium WebDriver. Investigamos suas arquiteturas, modelos de execução, velocidade de execução, APIs, capacidades de depuração e configuração. É crucial que você compreenda inicialmente isso para escolher a ferramenta de automação de teste mais adequada para as necessidades do seu projeto.
Agora, na segunda parte do artigo, mergulharemos em considerações mais práticas para discutir situações em que uma ferramenta pode ser preferível à outra, examinando as diferenças no contexto de frameworks como o Angular e, por fim, abordaremos a questão fundamental: qual dessas ferramentas é a melhor escolha geral. Vamos explorar cenários específicos de uso, analisar a sintaxe de código em exemplos práticos e fornecer diretrizes para tomar uma decisão informada sobre a ferramenta a ser usada.
Gabriel Bononi é um analista de qualidade na Programmers, realiza testes manuais e automatizados. Possui certificação da BSTQB – Certified Tester Foundation Level e da Microsoft Certified – Azure Fundamentals. No tempo livre gosta de assistir series, jogar e comer doce