Agilidade nos negócios no século XXI
Por Alexandre Mac Fadden
Desde a Revolução Industrial, o aumento da concorrência levou os negócios a estratégias que preservam e expandem sua participação no mercado. Mais de 100 anos atrás, Henry Ford, revolucionou a produtividade industrial com sua tecnologia de linha de montagem. Com o tempo, inúmeros outros aprimoraram, encontrando maneiras de se adaptar e mudar para sempre o ‘status quo‘.
Esse processo de estabelecimento de padrões, eliminação de gargalos e tecnologias de ajuste fino a serem repetidas em escala funcionou por um longo tempo. O momento estava certo e o mercado não estava tão sedento de inovação como hoje.
Fora com o velho
O mercado superou a abordagem do tamanho único. Os consumidores tornaram-se cada vez mais conscientes de suas necessidades e exigiram soluções personalizadas. Mais uma vez, as empresas voltaram à prancheta encontrando maneiras de fornecer algum nível de personalização e garantindo ROI’s razoáveis para seus investidores. É claro que esse é outro padrão: as empresas se adaptam às necessidades do mercado.
Essa cadência inovativa e adaptativa tem sido cada vez mais frequente – quase frenética. A ‘fórmula mágica’ – encontrar padrões, estabelecer processos, hackear as demandas do mercado e repetir em grande escala – não tem funcionado da mesma maneira mais.
Quando nos aprofundamos nas razões por trás dessa perda de valor, descobrimos que as empresas ainda estão tentando aplicar padrões em locais onde não existem padrões. O mercado está mudando de maneiras que tornam a repetição em escala quase impossível.
A nova definição de agilidade nos negócios
Algumas empresas entenderam isso cedo e se adaptaram. Alguns – erraram – mantiveram o “status quo” e fracassaram, enquanto outros ainda, estão no negócio, mas enfrentam forte concorrência de novos players do mercado (fintechs, startups, etc.) que são extremamente orientados para o consumidor: ouvindo todas as suas necessidades e rapidamente se adequando como agregam valor para permanecer relevantes.
Esse é o significado real da agilidade nos negócios, não quaisquer definições sofisticadas ou carregadas de jargões. Agilidade nos negócios é a resposta eficiente às mudanças do mercado. Base do empirismo, onde é mandatório ser transparente para explorar as demandas e se adaptar em conformidade.
Em meio a tudo isso, a verdade é irrefutável: é impossível sustentar esse nível de adaptabilidade sem definir um novo nível de colaboração, onde as pessoas não apenas executam tarefas e seguem as regras, mas também mantêm uma visão clara de seu objetivo e trabalham para contribuir na construção de valor para o cliente, inovando, coletando feedback e aplicando melhorias contínuas.
Como líderes empresariais no cenário atual, devemos nos perguntar: “Como podemos possibilitar um ambiente no qual as pessoas possam oferecer o melhor, ou seja, atingir as metas de negócios e redefinir novas, mantendo uma visão clara sobre a criação de valor para os consumidores?”, a resposta varia para cada empresa, mas o foco nessa resolução o levará a um negócio mais ágil.
Independentemente do negócio que sua empresa desempenha, a melhoria de fato acontecerá com uma mudança cultural profunda, em que prática e aprendizado caminham lado a lado e principalmente quando as pessoas forem estimuladas a desenvolver suas capacidades que mudarão o jogo dentro desse processo de transformação.
Portanto, ter um ambiente frutífero, fértil e facilitador com indivíduos incentivados e capacitados, é o que qualificará sua organização para ser bem-sucedida, permitindo que processos e sistemas sejam otimizados, mais adaptáveis, inteligentes, orientados a resultados e com foco nos clientes.
Alexandre Mac Fadden é VP da Programmer’s e PST do Scrum.org, e atua há mais de 30 anos no mercado de desenvolvimento de software em clientes do Brasil e Estados Unidos. Procura na tecnologia e nas práticas Ágeis uma forma de levar solução aos desafios dos clientes.